Resumo |
Embora já se conheça o potencial do ozônio como inseticida fumigante no controle de insetos-praga de produtos armazenados, não há relatos na literatura a cerca do uso do ozônio como inseticida residual. A este respeito, observações empíricas demonstraram haver baixo desenvolvimento de adultos do gorgulho do milho (Sitophilus zeamais) quando em contato com grãos de milho que foram expostos ao ozônio em altas concentrações e em períodos de exposição prolongados. Diante disso, este estudo teve por objetivo avaliar a toxicidade dos grãos de milho quando submetidos ao processo de fumigação com ozônio sobre o coleóptera S. zeamais, durante o armazenamento. Amostras de grãos de milho (2,0 kg) foram acondicionadas em recipientes cilíndricos de PVC com 0,20 m de diâmetro e 0,40 m de altura. A 0,10 m do fundo do recipiente, colocou-se uma tela metálica para sustentação dos grãos e também para promover a formação de um plenum para melhor distribuição do gás. Nas tampas inferior e superior dos cilindros foram instaladas conexões para injeção e exaustão do gás respectivamente. O ozônio, na concentração de 0,5792 mg L-1, e o ar atmosférico (controle), a um fluxo de 1,5 L min-1, foram injetados nos períodos de exposição de 0, 5, 15, 45 e 60 h, em três repetições. Depois de cada tratamento, 500 g de grãos, acondicionados em frascos de vidro de 1,5 L, foram inoculados com 30 insetos adultos não-sexados. Os frascos foram mantidos em uma sala climatizada com temperatura de 27º C, 24 h de escotofase e 75% de UR. Depois de 60 dias foi contabilizado o número de insetos vivos e mortos. A análise dos dados pela ANOVA com post-hoc teste de turkey (p < 0,05) apresentou, a partir de 45 h de exposição ao ozônio, diferença significativa em relação ao controle, ou seja, houve uma redução na taxa de crescimento dos insetos. Conclui-se que o gás ozônio, na concentração de 0,5792 mg L-1 e nos períodos de exposição acima de 45 h, apresenta toxicidade residual sobre os insetos durante o armazenamento. |