Resumo |
Pfaffia glomerata é uma planta de grande interesse para a indústria farmacêutica devido à produção do metabólito β-ecdisona (20E) (Festucci-Buselli et al., 2008). Conhecida como fáfia ou ginseng brasileiro apresenta grande potencial para consumo no mercado interno e também para exportação (Nascimento et al., 2007). Sendo assim, visando suprir a necessidade de matéria-prima para a indústria, são estudadas formas de maximização da cultura in vitro. Na propagação in vitro convencional são usados frascos vedados, restringindo as trocas gasosas com o ambiente externo, o que pode levar à desordens morfológicas e fisiológicas. No entanto, a fotoautotrofia pode ser induzida, excluindo-se a fonte de carboidrato do meio e aumentando-se as trocas gasosas no frasco de cultura. Neste ambiente a fáfia apresentou grande potencial fotoautotrófico (Iarema et al., 2012; Saldanha et al., 2012). Entretanto, estudos avaliando-se a produção de 20E em diferentes acessos ainda são escassos. Desta forma, este estudo visou compreender esta influência, avaliando-se 2 acessos de fáfia (LCT22 e LCT43) pertencentes ao banco de germoplasma do laboratório de cultura de tecidos vegetais BIOAGRO-UFV. Dois segmentos nodais sem folhas de aproximadamente 2 cm foram utilizados como explantes. Estes foram inoculados em meio de cultura constituído por sais MS (Murashige & Skoog, 1962), vitamina MS, 100 mgL-1 de mio-inositol e duas concentrações de sacarose (0 e 30 gL-1). O pH foi ajustado a 5,7 e gelificado com 6 gL-1 de ágar (Merck®, Alemanha). Cada frasco (7,5cmX15,5cm) continha 100 mL de meio e foram autoclavados a 121°C e 1,5 atm durante 20 minutos. Desta forma obtiveram-se os tratamentos (T): T1-acesso LCT43 e presença de sacarose; T2-acesso LCT43 e ausência de sacarose; T3-acesso LCT22 e presença de sacarose; T4-acesso LCT22 e ausência de sacarose. Todos os frascos foram fechados com tampas de polipropileno com 2 membranas [Politetrafluoretileno; MilliSeal® Air Vent, Tóquio, Japão]. Foram avaliadas as seguintes variáveis: altura da planta, comprimento do entrenó, diâmetro do caule, comprimento da raiz, número de nós, massa fresca e teor de 20E. Procedeu-se a análise de variância pelo teste F e teste de médias pelos métodos de Scott & Knott e Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Genes (Cruz, 2006). A altura das plantas e o comprimento dos entrenós não apresentaram diferenças estatísticas, à exceção do T4, que apresentou menor desenvolvimento. Tanto o diâmetro do caule quanto a massa fresca apresentaram as maiores médias nos tratamentos adicionados de sacarose. Da mesma forma, o número de nós foi maior nos tratamentos com o carboidrato. A presença de sacarose também aumentou o comprimento das raízes no acesso LCT22. Quanto à produção de 20E, as maiores médias foram observadas no acesso LCT43, na ausência de sacarose, sendo que esses dados corroboraram com os observados por Iarema e colaboradores (2012). |