Resumo |
A disciplina Psicologia da Educação surgiu no início do século XX, visando suprir a necessidade de construir um campo teórico de base científica que promovesse mudanças qualitativas no ensino face a democratização do acesso à educação formal.(SALVADOR, 2000, P. 26). Assim, a disciplina se tornou alvo da atenção de pesquisadores, psicólogos e educadores. Inicialmente era considerada uma das principais disciplinas na formação docente, assumindo uma função prescritiva e normativa para prática educativa. A partir da década de 70, passou a ser alvo de críticas por se tratar de uma tendência psicologizante, que ignorava a contribuição de outras ciências no entendimento do fenômeno educativo e seus condicionantes. Surge então uma nova tendência concebendo a educação num prisma interdisciplinar. A função da Psicologiada Educação deveria então, ser compreendida numa perspectiva reflexiva e instrumental. Neste contexto, acreditamos que a atuação dos docentes formadores que ministram esta disciplina tem muito a contribuir para que a ela recupere o prestígio merecido e volte a ocupar lugar de destaque na formação docente. Nesse sentido, nossa pesquisa objetiva identificar as contribuições dos conteúdos ministrados nas disciplinas de Psicologia da Educação para a formação pedagógica dos licenciandos; mapear as diversas estratégias metodológicas utilizadas pelos docentes formadores nas atividades de ensino e caracterizar quais os desafios enfrentados pelos licenciandos nos seus processos de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que será desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa consiste em uma pesquisa bibliográfica. A segunda, na aplicação de um questionário aos sujeitos da pesquisa -discentes da Universidade Federal de Viçosa que tenham cursado a disciplina Edu 117-Psicologia do Desenvolvimento da Aprendizagem. Os dados obtidos serão organizados, analisados, sistematizados e interpretados com base na literatura científica. Até o presente momento a primeira etapa foi concluída e os resultados apontam que as teorias psicológicas são apresentadas pelos docentes e apropriadas pelos alunos de forma acrítica, descontextualizada histórica e socialmente, distanciada da realidade das salas de aula. Os alunos assimilam esses conteúdos de forma pragmática, concebendo-os como “receituários”. Pesquisas apontam que a teoria Construtivista, por exemplo, nos anos 80 e início dos anos 90 foi amplamente difundido no Brasil, de forma inadequada e acabou por transformar a escola em um laboratório experimental (BEZERRA E ARAÚJO, 2011).Um fato preocupante diz respeito ao decréscimo de investimentos em estudos e pesquisas sobre o ensino da Psicologia da Educação nos últimos anos. Esperamos, ao fim da nossa pesquisa, apresentar resultados que colaborem para as mudanças necessárias no quadro brevemente apresentado aqui, além de contribuir para futuras pesquisas sobre este assunto. |