Resumo |
As políticas públicas para a inovação no Brasil suscitam um longo caminho de investigação, uma vez que é crescente o número de redes de interação e colaboração nesta área, configurando-se no que é conhecido na literatura como Tríplice Hélice, ou seja, a atuação conjunta entre governo, empresas e instituições científicas e tecnológicas (ICTs) em prol da inovação. Em Minas Gerais, a Lei n° 17.348, de 2008, é considerada um avanço em termos da organização do sistema mineiro de inovação, referendando o destaque do estado frente a esse processo. Segundo os dados de 2013 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), entre 2000 e 2011 houve aumento nos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento no estado na ordem de 7,7 vezes, significativamente maior ao do país (2,9 vezes). Assim, há um estímulo constante para a inovação no contexto mineiro, resultando na multiplicação de organizações atuantes nele. Diante disso, e partindo do pressuposto de que há carência de estudos relacionados à caracterização dessas instituições, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar a estrutura para a inovação em Minas Gerais, a partir do mapeamento e caracterização das instituições existentes para este fim. Metodologicamente, o estudo apresentou uma abordagem qualitativa, com caráter descritivo e documental, com coleta de dados em sites dos órgãos governamentais e das demais organizações analisadas. Os resultados evidenciam que 36 instituições atuam em interface com a inovação no estado. Na perspectiva da Tríplice Hélice, identificou-se que 8 estão relacionadas ao governo (SECTES-MG, FAPEMIG, CONECIT, BDMG, CETEC, EPAMIG, UNIMONTES e UEMG), 2 se referem a ações do empresariado (FIEMG e SEBRAE-MG) e 26 são centros de pesquisa (CDTN, CEFET-MG, CPQRR, EMBRAPA GADO DE LEITE, EMBRAPA MILHO E SORGO, FUNED, INATEL, FHA, BIOMINAS, FHEMIG, UFMG, UFJF, UFLA, UFOP, UFSJ, UFTM, UFU, UFV, UFVJM, UNIFEI, UNIFAL, IFMG, IFNMG, IFSUDESTEMG, IFSULDEMINAS e IFTM). Quanto às áreas de atuação das unidades de análise, constatou-se uma ampla abrangência, como os setores de saúde, agropecuária, telecomunicação, biotecnologia, desenvolvimento, energia nuclear e educação, reafirmando o potencial da inovação para o desenvolvimento do estado como um todo. No tocante à integração institucional, verificou-se que há diversos pontos de interação, destacando-se o papel do governo, enquanto direcionador e apoiador de programas, as organizações empresariais, como importantes no acompanhamento do processo tecnológico, e, por fim, a propagação de redes entre os centros de pesquisa, na qual ressalta-se a Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI), que fortalece a legitimação do desenvolvimento tecnológico no estado. Portanto, os resultados encontrados com a presente pesquisa contribuem para delinear a estrutura mineira para inovação, se apresentando como base para a continuidade de estudos, possibilitando investigar os níveis de coordenação e de cooperação entre as instituições estudadas. |