Resumo |
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença multifatorial, de alta prevalência na população brasileira e mundial e constitui o principal fator de risco tratável para as doenças cardiovasculares. No Brasil, a prevalência da HAS na população adulta chega a 32,5% e a projeção para 2025, em nível mundial, é de 1,56 bilhões de hipertensos. Durante muitos anos as diretrizes para manejo dos hipertensos valorizaram apenas os níveis de pressão arterial para determinar a necessidade e o tipo de tratamento destes pacientes. Porém, desde a década de 90, o risco cardiovascular global dos pacientes passou a ser enfatizado no manejo da hipertensão, baseando-se no fato de que a maioria da população hipertensa exibe fatores de risco cardiovasculares adicionais. Entre estes fatores podemos citar o diabetes mellitus (DM), a dislipidemia, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo, além das condições clínicas e subclínicas relacionadas à HAS. Objetivos: caracterizar o perfil da população portadora de , sem Diabetes Mellitus, atendida pelo Centro Hiperdia Minas da cidade de Viçosa e correlacionar seus fatores de risco cardiovasculares. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, desenvolvido como parte do projeto “Avaliação e Tratamento de Diabéticos e Hipertensos Atendidos no Centro Hiperdia em Viçosa”, uma parceria da Universidade Federal de Viçosa com o Programa Hiperdia Minas. Analisou-se o perfil de usuários deste Serviço através de consulta aos prontuários. Resultados: Foram revisados 172 prontuários, com uma prevalência maior de homens e entre estes percebeu-se que o hábito do etilismo e tabagismo foi significativamente maior do que entre as mulheres, as quais apresentaram uma taxa maior de obesidade. O sedentarismo e a dislipidemia estiveram presentes em 77% e 44% dos pacientes, respectivamente, sem diferença entre os gêneros. Baixa escolaridade também foi uma característica muito presente na população estudada. Dentre as condições clínicas e subclínicas relacionadas à HAS, houve um predomínio da hipertrofia do ventrículo esquerdo, seguida pela doença renal e pela doença cerebrovascular. Conclusão: O estudo mostrou que os pacientes hipertensos atendidos pelo Hiperdia são, em sua grande maioria, portadores de fatores de risco e/ou condições clínicas/subclínicas que conferem aos mesmos um alto ou muito alto risco cardiovascular. Estes achados são importantes para o planejamento de ações terapêuticas e preventivas para a HAS e demais doenças cardiovasculares que determinam elevada morbimortalidade à população geral. |