Resumo |
Cactaceae é amplamente conhecida por incluir espécies endêmicas que sofre com o extrativismo ilegal em decorrência ao potencial ornamental de suas espécies. Dividida em quatro subfamílias, essa família possui cerca de 170 gêneros e ca. 2.000 espécies, ao qual 86 gêneros ocorrem no Brasil englobando 502 espécies aceitas. Para Minas Gerais é registrada a ocorrência de 29 gêneros e 117 espécies, representado 23,3% da diversidade da família no Brasil. Suas plantas possuem hábitos diversos que podem variar de epífitas a arbóreas, apresentam caules fotossintéticos e segmentados, folhas geralmente modificadas em espinhos, flores solitárias, terminais, perianto tepalóide, com muitas peças de disposição espiralada, estames e carpelos numerosos, ovário ínfero e fruto do tipo baga. Devido a diversidade de Cactaceae em Minas Gerais e a ausência de estudos na região do Alto Paranaíba objetivou-se com esse trabalho realizar o tratamento taxonômico da família para Rio Paranaíba, que está localizada na região do Alto Paranaíba, cujo domínio predominante é o Cerrado. Foram realizadas coletas quinzenais no período de julho a dezembro de 2024 contemplando áreas de vegetação nativa e perturbadas do município. Os materiais coletados foram herborizados e inseridos no Herbário HALP (Herbário do Alto Paranaíba). Contemplando os estudos taxonômicos, foi elaborada uma chave dicotômica de identificação, descrições morfológicas dos espécimes coletados, comentários e pranchas de fotos com características diagnósticas para todas as espécies amostradas. Neste estudo foram encontrados um total de 9 gêneros com uma espécie cada, sendo elas: Arthrocereus melanurus K. Schum. Diers, PJ Braun & Esteves, Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.) A.Berger, Cereus hildmannianus K. Schum., Discocactus catingicola Buining & Brederoo, Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw., Hylocereus setaceus Salm-Dyck ex DC., Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck, Pereskia aculeata Mill. e Rhipsalis lindbergiana K. Schum. Com relação às formas de vida, duas espécies são epífitas, quatro rupícolas e três terrícolas, embora algumas delas possam exibir mais de um modo de vida. Dentre as espécies encontradas, oito são nativas do Brasil e Nopalea cochenillifera é naturalizada. Duas espécies são endêmicas, Rhipsalis lindbergiana e Discocactus catingicola, sendo última considerada como vulnerável (VU) pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), evidenciando a importância de trabalhos taxonômicos em Rio Paranaíba para a conservação e diversidade de Cactaceae. |