Resumo |
O consórcio milho-braquiária é uma prática agrícola consolidada na agricultura brasileira, especialmente em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). A competição inicial entre o milho e a forrageira pode comprometer o rendimento do cereal, sendo o uso de subdoses de herbicidas, como o mesotrione, uma ferramenta de manejo químico estratégica. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do herbicida mesotrione na supressão de Urochloa ruziziensis em consórcio com a cultura do milho, aplicado em diferentes doses e épocas, para correlacionar os efeitos com a supressão da forrageira e a produtividade do milho. O experimento foi conduzido a campo, na safra 2024/2025, em Rio Paranaíba, MG. A semeadura do milho híbrido K7510 (KWS) utilizou espaçamento de 0,5 m e a U. ruziziensis foi semeada manualmente, a lanço, antes do milho, na densidade de 15 kg/ha de sementes. O delineamento experimental seguiu um em blocos casualizados, em esquema fatorial 5x2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram cinco doses de mesotrione (0, 48, 72, 96 e 120 g de i.a/ha) e dois estádios fenológicos da forrageira no momento da aplicação: até 5 perfilhos (E1) e acima de 5 perfilhos (E2). As aplicações do mesotrione foram realizadas com pulverizador costal, mantendo um volume de calda de 150 L/ha. A primeira aplicação (E1) ocorreu 38 dias após a emergência do milho (DAE), e a segunda (E2) aos 51 DAE. As variáveis avaliadas incluíram fitointoxicação da forrageira (aos 7, 14 e 28 dias após a aplicação (DAA)), biomassa seca da U. ruziziensis e características agronômicas do milho (produtividade de grãos, peso de mil sementes - PMS e altura de planta). Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e os efeitos significativos das doses foram avaliados por modelos de regressão (linear, quadrático ou cúbico), complementados pelo teste de Tukey. Os resultados revelaram que a fitotoxicidade na U. ruziziensis demonstrou uma interação entre as doses de mesotrione e os estádios fenológicos, modulada pela sua fase fenológica. As aplicações do mesotrione no estádio E1 (plantas mais jovens) apresentaram maior fitointoxicação, menor acúmulo de biomassa pela braquiária e maiores produtividades do milho. Essa supressão precoce da forrageira beneficiou diretamente o milho, otimizando sua produção ao reduzir a competição por recursos essenciais. O PMS do milho foi influenciado unicamente pela dose do herbicida, independentemente do estádio fenológico da forrageira, sugerindo um impacto direto da concentração do mesotrione sobre a formação dos grãos. Conclui-se que a aplicação de mesotrione em estádios jovens da U. ruziziensis promove maior supressão da forrageira, favorecendo o desenvolvimento e a produtividade do milho e contribuindo para a eficiência dos sistemas consorciados. A pesquisa fornece subsídios técnicos para o manejo de consórcios milho-braquiária na região do Alto Paranaíba. |