Resumo |
O melhoramento genético vegetal tem sido direcionado para características morfológicas que favoreçam maior produtividade, adaptação ao ambiente e resistência a estresses bióticos e abióticos. Entre elas, caracteres fenotípicos mensuráveis em estágios juvenis se destacam por permitirem avaliações precoces. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo estimar o coeficiente de repetibilidade de caracteres fenotípicos em plântulas de soja, além de determinar o número mínimo de avaliações necessárias para predizer com confiabilidade o valor genotípico dos indivíduos. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, nas instalações do Laboratório de Bioestatística da UFV – Campus Rio Paranaíba. O ensaio utilizou vasos de 3 dm³, preenchidos com solo corrigido e matéria orgânica. A semeadura foi realizada com dez sementes por vaso, com dois desbastes posteriores: no estádio VC foram mantidas três plantas por vaso, e no estádio V1, duas plântulas. As avaliações ocorreram nos estádios V2 e V3, permitindo mensurar o desenvolvimento inicial das plântulas. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, com 10 cultivares e quatro repetições, totalizando 40 unidades experimentais. Cada unidade experimental foi representada pela média das duas plântulas por vaso. As variáveis fenotípicas avaliadas foram: comprimento do epicótilo (CE), comprimento do entrenó entre as folhas unifolioladas e a primeira folha trifoliolada (CEN), comprimento do pecíolo da primeira folha trifoliolada (CP), comprimento da raque da primeira folha trifoliolada (CR) e altura de planta (AP). As medições foram realizadas com régua milimetrada, com resultados expressos em centímetros. Os dados foram submetidos à análise de variância para verificar a existência de variação significativa entre os genótipos. Posteriormente, foram realizados os estudos de repetibilidade por cinco metodologias distintas e calculado o número mínimo de medições necessário considerando coeficientes de determinação (R²) pré-estabelecidos de 0,80, 0,85, 0,90, 0,95 e 0,99. Ao realizar as análises por meio distintas metodologias, foi obtido o número mínimo de plantas para diferenciar as 10 cultivares para cada caractere avaliado. Considerando 95% de confiabilidade, o número mínimo de plantas necessárias foram: 2 para CE, 4 para CEN, 6 para CP, 6 para CR e 2 para AP no estádio V2. Nesse mesmo segmento obteve-se para o estádio V3: 2 plantas para CE, 4 plantas para CEN, 6 plantas para CP, 9 plantas para CR e 3 plantas para AP. Então, conclui-se que ao avaliar 6 plantas em V2 e 9 plantas em V3 obteve-se, no mínimo, 95% de confiabilidade para todos os caracteres mensurados. |