Resumo |
O melhoramento genético da soja tem papel fundamental na agricultura brasileira, contribuindo para que o país alcance recordes sucessivos de produção desta oleaginosa. Nesse contexto, torna-se essencial identificar e selecionar genótipos por meio de ferramentas estatísticas que permitam explorar a variabilidade genética disponível. Este trabalho teve como objetivo estudar a diversidade genética em cultivares de soja, por meio da técnica de agrupamento de Tocher e a avaliar a importância de caracteres na dissimilaridade genética. Em condições de casa de vegetação, foram avaliados 28 cultivares de soja convencional com base em caracteres morfoagronômicos mensurados em diferentes estádios de desenvolvimento. O experimento foi conduzido com 28 tratamentos (cultivares) e 4 repetições no delineamento em blocos casualizados. As avaliações foram realizadas em diferentes caracteres nos estádios de desenvolvimento V2, V3, R1 e R8. Para a análise de agrupamento foram utilizados todos os caracteres avaliados no experimento. Para cada par de cultivares foi estimada a medida de dissimilaridade por meio da distância generalizada de Mahalanobis e obtido a matriz de distâncias. Com base nessa matriz, aplicou-se o método de otimização de Tocher e foram estimadas as contribuições relativas das variáveis para a diversidade por meio do critério de Singh. As análises foram realizadas no Programa Genes. A maior distância encontrada foi entre as cultivares BRSMG 752 S x FT Cristalina (472,73) e a menor distância foi verificada entre as cultivares TMG 801 x BRSMG 810C (10,10). Por meio do agrupamento de Tocher formou-se seis grupos distintos, sendo o grupo 1, o mais numeroso, com 18 cultivares, o grupo 2 com cinco cultivares, o grupo 3 com duas cultivares e os grupos 4, 5 e 6 por apenas uma cultivar cada. Isto possibilitou a identificação de genitores divergentes geneticamente o que poderá resultar em progênies superiores devido a variabilidade genética existente. Com base na análise da importância relativa, observou-se que o caractere número de dias para o florescimento apresentou a maior contribuição para a divergência genética (28,6%), seguido por NDM-R8 (17,2%) e NV-R8 (11,0%), juntos contribuíram com 56,8 % da variação total. Então, conclui-se que existe diversidade genética entre as cultivares avaliadas, foi possível agrupar as cultivares pelo método de Tocher e que os caracteres relacionados ao florescimento, maturação da planta e número de vagens foram os que mais contribuíram para a divergência genética. |