Resumo |
Xyridaceae abrange cerca de 400 espécies e cinco gêneros com distribuição pantropical. No Brasil, a família é representada por 198 espécies, das quais 144 são endêmicas, amplamente distribuídas em formações campestres, áreas alagadas e nas margens de cursos d’água. Inclui plantas herbáceas, com caule rizomatoso e entrenós curtos, folhas simples dísticas, polidístiscas ou dispostas em roseta, bainha aberta, lâmina isobilateral ou bifacial, inflorescências terminais geralmente em espigas isoladas no ápice dos escapos, brácteas imbricadas, flores trímeras e bissexuadas, ovário súpero e fruto cápsula loculicida com sementes numerosas. Apesar dos altos níveis de endemismo e biodiversidade de Xyridaceae no Cerrado, o conhecimento taxonômico da família para o estado de Minas Gerais é escasso, principalmente para a região do Alto Paranaíba. Assim, este trabalho apresenta o tratamento taxonômico dessa família para o município de Rio Paranaíba. Foram realizadas coletas mensais em áreas de remanescentes de vegetação nativa, todo o material coletado foi herborizado e depositado no herbário HALP da Universidade Federal de Viçosa, Campus Rio Paranaíba. No município, a família está representada pelo gênero Xyris, contemplado por seis espécies. X. macrocephala Vahl. e X. fallax Malme, ambas pertencentes à seção Xyris e com placentação parietal, sendo que a primeira se distingue por ser ter porte robusto, folhas e escapos com maior comprimento, enquanto a X. fallax Malme diferencia-se por sépalas com carena ciliada, lâmina foliar filiforme e escapo costelado. As demais espécies pertencem à seção Nematopus e apresentam placentação central-livre ou supra-basal. X. celiae L.B.Sm. & Downs diferencia-se por apresentar bainha e lâmina foliar ciliadas, brácteas estéreis com mácula verde e margem fimbriada. X. melanopoda L.B.Sm. & Down caracteriza-se por bainha e lâmina foliar glabras, brácteas estéreis com mácula marrom e margem inteira. X. glandacea L.A. Nilsson pode ser caracterizada por sua base buliforme e placentação supra-basal, enquanto X. shepherdiana Wand. & J. Guedes apresenta base pouco dilatada e ausência de mácula nas brácteas estéreis. Todas as espécies encontradas são nativas e endêmicas de Minas Gerais, exceto X. macrocephala e X. fallax que são apenas nativas. Portanto, a flora de Xyridaceae para Rio Paranaíba amplia os dados de ocorrência da família para o Cerrado mineiro e demonstra o endemismo e a diversidade da flora local, contribuindo para a identificação e delimitação de áreas de conservação conforme a composição de espécies. |