Resumo |
As orquídeas associam-se a fungos endofíticos nas diferentes etapas do ciclo de vida. Para a germinação de sementes, as orquídeas dependem da simbiose com fungos micorrízicos, uma vez que o embrião é desprovido de endosperma e as reservas contidas nas células são insuficientes para o seu desenvolvimento. Para obtenção de carbono simples necessário ao seu desenvolvimento, o embrião digere as hifas do fungo micorrízico simbionte. Em plantas jovens e adultas, fungos endofíticos micorrízicos e não micorrízicos associam-se às raízes das orquídeas. Nesta fase os fungos podem promover o desenvolvimento da planta ao atuar na solubilização e absorção de elementos inorgânicos do ambiente, produção de hormônios vegetais, indução de resistência a patógenos, etc. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento de sementes e de mudas de orquídeas após a inoculação de fungos previamente isolados das raízes das plantas Cattleya brevipedunculata, Cattelya walkeriana e Grobya cipoensis. Sementes de C. brevipedunculata, Epidendrum secundum e Hoffmannseggella sp. foram inoculados com quinze fungos endofíticos. C. brevipedunculata e Hoffmannseggella sp. não apresentaram desenvolvimento satisfatório, mas chegaram ao estágio 2 de desenvolvimento. E. secundum desenvolveu na presença dos treze isolados e na ausência do fungo até o rompimento da testa da semente. Entretanto, maior porcentagem de desenvolvimento foi observada na presença do isolado 25D, apresentando protocormos no estágio 5. Mudas de Cattleya schofieldiana foram inoculadas com 7 fungos endofíticos. O isolado 25C garantiu maior sobrevivência das mudas, assim como o controle contendo meio MS acrescido de sacarose. Todas as repetições sobreviveram em ambos os tratamentos. Foi observado ainda, um aumento no número de folhas e na brotação, indicando que novos indivíduos estão sendo formados. Contudo, observou-se a diminuição da altura das mudas, provavelmente devido ao dobramento ou morte das folhas mais velhas. Obteve-se isolados capazes de promover a germinação de sementes de E. secundum e o desenvolvimento de mudas de C. schofieldiana. Mas nenhum resultado promissor foi obtido para a orquídea C. brevipedunculata, hospedeira de muitos dos isolados testados. Isso incentiva mais estudos para obtenção de um isolado capaz de promover a germinação das sementes dessa orquídea, a qual tem apresentado grande especificidade na associação com simbiontes fúngicos para germinação de sementes. |