Resumo |
A acidificação do leite é uma etapa essencial no processo de fabricação de queijos. É realizada através da adição de linhagens selecionadas de bactérias, conhecidas como bactérias ácido láticas (BAL), responsáveis por fermentar a lactose a ácido lático e sintetizar em grandes quantidades enzimas proteolíticas, que hidrolisam ligações peptídicas. As proteases têm um grande potencial biotecnológico e a fonte preferencial dessas enzimas são os microrganismos, que possuem uma ampla diversidade metabólica e facilidade de manipulação genética. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade proteolítica de BAL isoladas do soro fermento de queijo Minas artesanal (QMA). Isolados de BAL foram obtidos de soro fermento de QMA produzidos em propriedades rurais, certificadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), na região do Alto Paranaíba-MG. Três isolados foram selecionados (I9, I14 e I15) por apresentarem características de BAL: Gram positivos, formato bacilococos e serem catalase negativo. Os isolados foram cultivados no meio MRS (Man, Rogosa e Sharpe) e em BHI (Infusão cérebro e coração) para a realização da curva de crescimento e para a determinação da atividade proteásica. A atividade enzimática foi determinada utilizando azocaseína 2% como substrato e a concentração de proteína total das amostras foi realizada segundo o método de Lowry, utilizando albumina do soro bovina 0,5% como padrão. O meio MRS proporcionou um bom crescimento microbiano, no entanto, não favoreceu a produção de proteases extracelulares. O meio BHI favoreceu tanto o crescimento microbiano quanto a produção de proteases, sendo mais eficiente quando comparado ao meio MRS. O isolado I15 apresentou um pico de atividade maior quando comparado aos isolados I9 e I14, que apresentaram comportamentos semelhantes. Tais diferenças observadas na atividade enzimática sugerem que os isolados pertençam a gêneros ou espécies diferentes. Estudos a nível molecular auxiliarão na identificação das bactérias ácido láticas isoladas do soro fermento de QMA. Os resultados obtidos neste trabalho, tanto para crescimento como para produção de proteases são inovadores, devido ao fato de poucos estudos serem explorados nesta área. Agradecimentos ao CNPq. |