Resumo |
A ponta hidráulica é a parte mais importante dos pulverizadores hidráulicos, sendo responsável por fragmentar a calda em gotas e formar o jato de pulverização. Porém, durante a aplicação de agrotóxicos, o ingrediente ativo aplicado pode ser depositado fora do alvo de interesse, constituindo a deriva. A deriva pode atingir e causar danos a áreas sensíveis, como, por exemplo, cursos de água e lavouras susceptíveis ao produto aplicado. Porém, nos últimos anos, diversos modelos de pontas têm sido empregados para controlar e reduzir os efeitos da deriva. Neste trabalho, o objetivo foi avaliar o efeito de modelos de pontas hidráulicas na deriva de aplicação de paraquat. O experimento foi realizado no Laboratório de Mecanização Agrícola da Universidade Federal de Viçosa Campus Rio Paranaíba. Empregou-se o delineamento inteiramente casualizado, avaliando três modelos de pontas hidráulicas: Magno ADIA-02D (jato leque duplo com indução de ar), Jacto DEF-02 (jato leque plano defletor) e Magno BD-11002 (jato leque simples), com quatro repetições. Antes do experimento, as pontas avaliadas foram sorteadas ao acaso dentre 20 unidades de modelo similar. Foi aplicado o herbicida paraquat na dose de 300 g i.a. L-1 e volume de calda de 200 L ha-1, utilizando pulverizador costal de CO2 pressurizado, na pressão de 300 kPa. Com um ventilador, foi gerado corrente de vento de 30 km h-1 com a intenção de intensificar e produzir deriva. Para avaliar o efeito da deriva do herbicida aplicado, foram dispostos a 0, 3 e 6 metros de distância da barra de pulverização, vasos de polietileno de 8 dm3 com plantas de Brachiaria brizantha. Nelas, foram fixadas etiquetas de papel hidrossensível para analisar a densidade (gotas cm-2) e o diâmetro das gotas que chegavam as folhas. Foram realizadas avaliações de dano visual nas plantas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA). E aos 28 DAA as plantas foram cortadas rentes ao solo e secadas em estufa para mensuração da matéria seca. Os dados foram analisados e não apresentaram distribuição normal, nem após a realização de transformações. Então foram submetidos ao teste não paramétrico de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade, que foi significativo para densidade de gotas depositadas a zero metros de distância da pulverização. E para diâmetro médio de gotas produzidas pelas pontas, para a média de todas as distâncias avaliadas. Onde a ponta jato leque plano defletor produziu gotas de maior diâmetro. Na avaliação dos danos visuais, houve diferença significante apenas na avaliação realizada aos 14 DAA, em que a ponta jato leque duplo com indução de ar resultou em menor dano às plantas. Em relação às pontas jato leque simples e leque defletor não houve diferença entre elas. Os efeitos da deriva observados nas plantas para cada modelo de ponta não interferiram significativamente na produção de matéria. O modelo de ponta jato leque duplo com indução de ar é mais eficiente no controle de deriva causada pela aplicação do herbicida paraquat. |