Resumo |
Algumas doenças causadas por fungos, vírus e bactérias atacam o maracujá na região do alto do Paranaíba. A verrugose, causada por fungos como Cladosporium herbarum, atacam as folhas, os ramos e os frutos do maracujazeiro. A doença tem maior incidência em períodos de temperaturas amenas, causando manchas circulares nas folhas, que sofrem necrose e caem. O maracujá-doce é destinado para o mercado de frutas frescas; Minas Gerais ocupa o quarto lugar de produção com 25 mil toneladas, em 2,8 mil hectares. Fatores econômicos estimularam o estudo de uma alternativa para o controle de Cladosporium herbarum, já que há uma grande perda na produção de maracujá na região do Alto do Paranaíba. Sabe-se que o óleo essencial de uma planta pode possuir várias atividades biológica. Uma planta popularmente conhecida como "mata-pasto” é muito utilizada na medicina popular como cicatrizante e antimicrobiana, e é facilmente encontrada por ter amplo limite de adaptação aos fatores ambientais, referida cientificamente como Ageratum fastigiatum apresenta-se como um dos 300 gêneros encontrados no Brasil pertencentes à família Asteraceae. A extração do óleo essencial foi efetivada por hidrodestilação e a análise dos monos e sesquiterpenos presente no óleo de A. fastigiatum foi realizada por uma técnica de cromatografia gasosa acoplada em espectro de massas (CG/EM). Os componentes majoritários encontrados foram α-pineno (5,4-9,9%), cariofileno (4,3-11,2%), α-cariofileno (5,2-5,9%), Germacreno D (46,1-55,4%) e Germacreno B (8,3-0%), tais diferenças químicas são relativas ao estágio de desenvolvimento da planta, e estação do ano. A avaliação da atividade antifúngica do óleo foi realizada pelo método “poison food” e medindo-se o diâmetro da colônia, em comparação à testemunha, para determinar a porcentagem de inibição em cada tratamento. Foram utilizadas concentrações de 0,06%, 0,1% e 0,2% do óleo essencial do mês de março, como controle positivo foi utilizado o antibiótico Nistatina® a 0,06%. Houve inibição do crescimento dos micélios e esporos do fungo em todas as concentrações. No 11º dia os valores médios de inibição foram de: 9,7%, 22,4% e 61,9% respectivos as concentrações crescentes do óleo de A. fastigiatum, já a Nistatina® inibiu em 89,9% o crescimento do fungo. Entretanto, a inibição inicial pela Nistatina® era de 100% e para o óleo a 0,2% a inibição era de 30,6%. Observa-se que a atividade antifungica aumenta ao longo do tempo, nessas condições, para o óleo a 0,2%, o que torna esta atividade relevante e o óleo passível de aplicação no controle deste fungo. |