Resumo |
Os estudos de gênero vêm ampliando sua visibilidade nos diversos campos do conhecimento, devido a diversos fatores. Entre eles, cabe destacar, por um lado, a crescente inserção de mulheres no mundo do trabalho, e por outro, as profundas transformações sociais que acompanham este fenômeno. Dessa forma, o projeto teve como objetivo geral da pesquisa analisar a participação de mulheres na gestão de organizações ligadas ao agronegócio na região do Alto Paranaíba – MG. Como alvo da pesquisa definiu-se as cidades da região mencionada que estariam dentro das 50 cidades com maior PIB Agropecuário do Estado, resultando em um total de 14 cidades. A abordagem metodológica escolhida foi a quantitativa. Sendo assim, investigou-se a participação numérica de mulheres à frente de organizações ligadas ao agronegócio, sempre proporcionalmente ao total filiados e cooperados, presidentes, diretores e gerentes. A coleta dos dados ocorreu por meio de questionários aplicados em cooperativas e sindicatos para averiguar a participação numérica das mulheres, produtoras e em cargos de gestão. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Com os resultados apurados, pode-se averiguar que, entre os associados, a participação feminina tem sido maior nos Sindicatos de Produtores Rurais, com um percentual de 14%, maior que dos cooperados. Quando comparadas aos homens, as mulheres representam uma minoria em cargos de diretoria nos sindicatos (2%) e cooperativas (6,5%). Dos cargos de gestão existentes nas organizações analisadas, o cargo de mais baixo-escalão é a gerência. Quando isso é levado em consideração pode-se observar que a participação das mulheres aumenta significativamente para 25% nas cooperativas e 27,7% nos sindicatos. Nos questionários aplicados às cooperativas observou-se que 27,3% destes já possuem alguma política formal voltada para a inclusão de mulheres. Isso sinaliza que aos poucos as organizações ligadas ao agronegócio têm percebido a necessidade de incentivar a inserção das mulheres na gestão das atividades. Foi possível verificar que de fato, ainda é minoria as mulheres que estão a frente de organizações ligadas ao agronegócio, sejam cooperadas, sindicalizadas, presidentas, diretoras, conselheiras ou até mesmo gerentes. Além disso, evidenciou-se que são escassas as políticas voltadas para inserção das mulheres nessas atividades. Percebe-se, dessa forma, que as dificuldades para a ascensão de mulheres aos cargos de gestão das diversas organizações do agronegócio sejam realmente investigadas, a fim de promover a inserção da mulher nesse meio, ainda mais se tratando de um estado mineiro em que esta atividade tem grande relevância econômica e social. |