Resumo |
O município de Rio Paranaíba, em Minas Gerais, tem passado por consideráveis impactos econômicos e sócio-espaciais, decorrentes da instalação do campus da Universidade Federal de Viçosa, em 2007. A cidade universitária não possui um Plano Diretor e no momento não existe nenhum processo em curso no âmbito do planejamento urbano municipal. Isto se deve em parte, à não obrigatoriedade do município a elaborar um plano diretor, e ao mesmo tempo à falta de engajamento comunitário com as questões urbanas, como é comum nas pequenas cidades brasileiras. Tal problemática nos leva a pensar métodos e processos capazes de fomentar engajamento comunitário e, por conseguinte trazer as questões urbanas até o debate em meio à comunidade local. O trabalho teve como objetivo a proposição de uma plataforma digital capaz de dar suporte ao processo de planejamento urbano participativo. Para isso foram obtidos dados sobre a utilização de tecnologias digitais pela comunidade, a implementação da plataforma e por conseguinte seu teste. O referencial teórico estudado nos informou como a computação ubíqua e pervasiva tem sido utilizada por arquitetos, urbanistas e designers como elemento catalizador para soluções voltadas à problemática sócio-espacial. Assim, levando em consideração experiências recentes, foi desenvolvida uma plataforma de discussão sobre as questões urbanas locais baseada em dispositivos móveis. A metodologia utilizada na implementação do protótipo utiliza serviços gratuitos ou open-source, como o Google Docs, redes sociais e a plataforma de gerenciamento de mensagens de texto Frontline SMS, todos eles articulados através de serviços de automação de aplicativos como Zapier e IFTTT. São disponibilizados dois métodos como entrada de dados: através de envio e recebimento de mensagens de texto (SMS) ou leitura de códigos de resposta rápida (QR Codes). Em ambos os casos o usuário responde a uma pergunta relacionada ao contexto urbano local e automaticamente tem sua resposta enviada como post anônimo para redes sociais (Twitter e Facebook). O sistema testado por um grupo limitado de usuários não demonstrou nenhum tipo de falha em seu funcionamento, e a adoção, bem como o uso por uma base de usuários maior poderá na próxima etapa da pesquisa indicar suas limitações e vulnerabilidades. |