Resumo |
A escolha da ponta hidráulica é um dos aspectos que mais influi na eficiência de uma aplicação. Ela é responsável por produzir gotas e distribuir a calda sobre o alvo. Entretanto, para o líquido ser pulverizado é necessário emprego de pressão sobre ele, para que seja, forçado a passar pelo orifício da ponta, fragmentando-se em gotas quando entra em contato com o ar. Portanto, objetivamos avaliar o efeito da pressão de trabalho de pontas hidráulicas na distribuição volumétrica. O experimento foi realizado no Laboratório de Mecanização Agrícola da UFV-CRP, MG, em delineamento inteiramente casualizado. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 4x4, sendo: quatro pontas hidráulicas API-11002; jato leque simples (JLS), AD/D-11002; jato leque duplo (JLD), AVI TWIN-11002; jato leque duplo com indução de ar (JLDIA), e APM-09502; jato leque simples de impacto (JLSIP); quatro pressões; 150, 300, 450 e 600 kPa, com quatro repetições. O ensaio foi realizado na ausência de vento, e monitorando temperatura ambiente (TA) e umidade relativa (UR). Utilizamos bancada de deposição volumétrica, construída segundo Norma ISO 5682/1 (ISO, 1986). O liquido pulverizado foi recolhido por 20 segundos, com altura da barra porta-bicos de 0,5 m. Realizamos previamente a calibração do manômetro da barra de pulverização, e o molhamento do sistema para evitar interferências. Assim, avaliamos perfil de distribuição individual e uniformidade de distribuição volumétrica, através da sobreposição do perfil individual, com distância entre bicos de 0,5 m, obtendo o coeficiente de variação (CV). Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e regressão quando necessário, com significância de 5 %. A ANOVA não foi significativa apenas para a ponta JLS, mostrando que as pressões avaliadas não interferiram significativamente no CV desta ponta. A UR e TA foram em média de 53% e 27,2 °C respectivamente, condições não aconselháveis para uma pulverização, condições ideais são UR acima de 50% e TA entre 10 e 25°C (ISO, 1986). As pressões (kPa) dento das recomendações do fabricante que proporcionaram os menores CVs, e seus respectivos CVs foram: 300 = 9,91% (JLS); 300 = 13,66% (JLD); 300/450 = 15,32%/15,02% (JDIA); 300 = 26,76% (JLSIP). Esses valores como em RODRIGUES (2004), não são satisfatórios, pois segundo o Comitê Europeu de Normalização, o CV deve ser no máximo de 7%, para altura de pulverização e pressão recomendadas pelo fabricante e 9% para os demais casos. A ponta JLDIA proporcionou largura de faixa individual de deposição em torno de 10% menor, em relação a JLD em todas as pressões avaliadas, concordado com BAUER (2006) que observou o mesmo em pontas de JLS com e sem indução. Concluímos que pontas JLS não tem o CV influenciado significativamente pela variação de pressão e pontas com indução de ar proporcionam menor faixa de deposição em relação as de modelo de leque semelhante sem indução. |