Resumo |
Os problemas ambientais são, essencialmente nos últimos anos, vistos realmente como desafios ao desenvolvimento humano, já que trazem consigo desequilíbrios climáticos, escassez de água, extinção de espécies, entre outros sérios danos. Nesse sentido busca-se criar políticas de desenvolvimento sustentável, além de conscientizar toda a população sobre a importância da conservação do meio ambiente e a necessidade de uma mudança de pensamento. Essencialmente, para se realizar trabalhos de conscientização e conservação do meio ambiente, faz-se necessário termos uma noção mais apurada da ampla variedade de vida existente no planeta. Visto isso, o presente projeto tem como objetivo aprimorar o conhecimento da ictiofauna da região do Alto Paranaíba em contraste com outras regiões. Para a realização desse trabalho foram utilizados peixes provenientes da bacia do Alto Paraná, mais precisamente do rio Paranaíba, em comparação com peixes do rio Mogi Guaçu. Os animais analisados são da espécie Astyanax fasciatus (Teleostei, Characiformes). Popularmente conhecidos como lambaris, são peixes com tamanho médio de 12 cm, habitam córregos e rios sem fortes correntes e podem ser encontrados em quase todos os rios do Brasil. Os métodos de análise utilizados são, em especial, a morfometria, e a preparação citogenética. Esta é utilizada para contagem do número de cromossomos e montagem de cariótipo, que pode ser uma característica importante para análises populacionais. O procedimento chamado de morfometria é, em suma, a tomada de medidas (em milímetros) de alguns indivíduos da espécie a ser analisada com o objetivo de descobrir diferenças na anatomia entre sexos ou entre animais de diferentes pontos de coleta. Os resultados das variáveis morfométricas utilizadas foram submetidos à Análise de Componentes Principais (PCA), análise de agrupamentos (cluster analysis) e UPGMA (Média Aritmética Não-Ponderada). O PCA analisou diferenças entre machos e fêmeas, mostrando que não há dimorfismo sexual entre os A. fasciatus. Também por PCA foi possível perceber diferenças anatômicas entre os animais do Mogi Guaçu e Paranaíba, sendo os animais do Paranaíba relativamente maiores. Essa diferença foi também comprovada pela análise de agrupamentos, demonstrando uma diferença relacionada com a separação geográfica entre as populações analisadas. Tais resultados são essenciais para o entendimento de como mudanças no bioma e o isolamento geográfico geram diferenciação entre espécies. |