Resumo |
O Brasil se destaca como sendo um dos maiores produtores de soja (Glycine max (L.) Merrill). Esse sucesso se deve em parte aos programas de melhoramento genético, que possibilitam o desenvolvimento de cultivares adaptadas às diferentes regiões do país. A produtividade de grãos, considerada principal característica a ser melhorada, apresenta herança quantitativa e baixa herdabilidade. Estes fatos dificultam a seleção e avaliação do potencial produtivo de novos genótipos, em função da inconsistência dos testes. Como consequência, é necessário conduzir vários ensaios em diferentes locais e anos, permitindo a identificação de genótipos superiores em produtividade e estabilidade, sob diferentes condições ambientais. O ensaio de valor de cultivo e uso (VCU) é uma medida necessária para registro de cultivares no país e consiste em uma avaliação final de linhagens, em locais com condições ambientais diferentes. Neste experimento, objetivou-se avaliar o desempenho de genótipos desenvolvidos pela UFV quanto à produtividade e outros caracteres agronômicos de interesse, visando o lançamento dos mesmos como cultivares para o mercado da soja. O experimento foi realizado no ano agrícola de 2014 na estação experimental da COOPADAP, em Rio Paranaíba, MG. Foram avaliadas 79 linhas experimentais e 10 cultivares de alto desempenho (testemunhas). As unidades experimentais foram compostas por quatro fileiras de 5 x 0,5 m, com densidade de semeadura de 13 a 15 sementes/metro. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições. Foram colhidas as duas fileiras centrais de cada parcela para evitar o efeito de bordadura. Os grãos foram pesados para determinar a produtividade, em kg.ha-1. A análise de variância indicou existir diferença significativa (p<0,01) entre os tratamentos, possibilitando a classificação das linhas experimentais para a avaliação de desempenho. O valor máximo obtido para produtividade/parcela foi de 3.380 kg.ha-1. A média de produtividade foi de 1967,2 kg.ha-1, considerada abaixo da produtividade nacional. Provavelmente, em função da baixa precipitação a produtividade global do experimento foi comprometida. As variâncias genotípicas e ambientais (0,013 e 0,007, respectivamente), indicam que a maior parte da variância fenotípica observada é de origem genética, o que também pode ser observado pelo valor de herdabilidade de 63,48%, considerada razoável para a produtividade. O coeficiente de variação genético encontrado foi baixo, de 11,66%, o que indica baixo poder de discriminação entre linhagens. Através do teste de Scott e Knott, foram formados dois grupos de linhagens. Aquelas de maior desempenho apresentaram produtividade média de 2179,7 kg.ha-1. As dez linhas de maior desempenho apresentaram produtividade de 2445,1 kg.ha-1. Todas as linhas experimentais classificadas no grupo de maior desempenho foram superiores às testemunhas utilizadas no experimento, exceto a cultivar BRS257, que apresentou o maior desempenho no ensaio. |