Resumo |
Devido ao seu alto valor econômico e ambiental, o mogno africano tem impulsionado a demanda por tecnologias que favoreçam seu desenvolvimento e produtividade, especialmente diante das lacunas no manejo nutricional da espécie no Brasil. Nesse contexto, a aplicação de fertilizantes minerais e de extrato pirolenhoso (EP) surge como estratégia para otimizar o crescimento inicial dessa espécie. Tais abordagens podem influenciar diretamente variáveis de crescimento, como altura e diâmetro do coleto, refletindo o desenvolvimento inicial da planta no período avaliado. O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da nutrição mineral e do EP no crescimento inicial do mogno africano. O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal, sob condições de pleno sol, em mudas de mogno africano com aproximadamente 12 meses de idade, transplantadas para sacos plásticos (15L) preenchidos com argisolo vermelho. Foram aplicados 10 tratamentos, compostos por diferentes doses de NPK (06-30-06) e com ou sem a presença do EP nas concentrações de 0,5% e 1,0%. Os tratamentos foram definidos da seguinte forma: T1 – testemunha (sem NPK e sem EP); T2 – 50 mg dm⁻³ de NPK; T3 – 75 mg dm⁻³ de NPK; T4 – 100 mg dm⁻³ de NPK; T5 – 50 mg dm⁻³ de NPK + EP a 0,5%; T6 – 75 mg dm⁻³ de NPK + EP a 0,5%; T7 – 100 mg dm⁻³ de NPK + EP a 0,5%; T8 – 50 mg dm⁻³ de NPK + EP a 1,0%; T9 – 75 mg dm⁻³ de NPK + EP a 1,0%; e T10 – 100 mg dm⁻³ de NPK + EP a 1,0%. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com 5 repetições por tratamento, totalizando 50 plantas. Para avaliação do crescimento inicial, foram mensuradas as variáveis altura (H), em centímetros, e diâmetro do coleto (DC), em milimetros. As medições foram realizadas no momento da aplicação dos tratamentos (60 dias após o transplantio das mudas) e, posteriormente, mensalmente, por 5 meses. Os dados foram utilizados para o cálculo do incremento em altura (Inc H) e em diâmetro do coleto (Inc DC), definidos como a diferença entre a última e a primeira medição de cada variável. Os dados foram submetidos a estatística descritiva e análise de variância a 0,05 de significância utilizando o software R versão 3.3. Embora a análise de variância não tenha revelado diferenças significativas entre os tratamentos para as variáveis de crescimento (p-valor > 0,05), o T3 (75 mg dm⁻³ de NPK) apresentou maiores incrementos médios em altura (63,98 cm) e diâmetro do coleto (1,63 mm). Esse desempenho foi 14,5% superior em altura e 8,7% em diâmetro em relação à testemunha (T1), e 58,4% e 46,8% maior em relação aos menores valores observados, nos tratamentos T9 (40,38 cm) e T8 (1,11 mm). Esses resultados indicam que a adubação mineral isolada pode favorecer o crescimento inicial do mogno africano. Assim, conclui-se que, mesmo sem diferença estatística significativa entre os tratamentos, o desempenho do T3 destaca o potencial efeito positivo da adubação mineral isolada no crescimento inicial da espécie. |