Resumo |
O Brasil tem grande influência na cafeicultura, destacando-se como o maior produtor mundial de café (Coffea arábica). Sendo assim, faz-se necessário uma agricultura que priorize a saúde dos cafeeiros contra patógenos. Um dos fatores bióticos que afetam a produtividade do café é causado pelo agente etiológico Cercospora, fungo que provoca a doença cercosporiose e pode ser agressivo aos cafezais se não tratado corretamente. Uma ferramenta promissora que vem crescendo nos últimos anos, é o uso de bactérias promotoras de crescimento de plantas que possuem propriedades que fornecem substâncias capazes de auxiliar no desenvolvimento das plantas e podem atuar como antagonistas a fitopatógenos. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo verificar o potencial de antagonismo de bactérias promotoras de crescimento à fitopatógenos. Para a análise do antagonismo, foram utilizadas cinco estirpes denominadas como B1, B2, B3, B4, B5, provenientes do laboratório de Floricultura da Universidade Federal de Viçosa- Campus Florestal. As bactérias foram crescidas previamente em meio DYGS e transferidas para a Placa de Petri em meio BDA, formando disco bacteriano de 5 mm. Para o fungo proveniente da Clínica de Doença de Plantas da Universidade Federal de Viçosa, foram feitos discos de crescimento fúngicos de 3 mm e colocados no centro das Placas de Petri inoculadas com as bactérias. O experimento foi feito em triplicata e a análise do antagonismo foi realizada por meio da medição do diâmetro do fungo com auxílio de um paquímetro digital. Notou-se potencial de inibição significativo em todas as bactérias testadas, onde a menor inibição foi de 76 % com a bactéria B2. Destacou-se a bactéria B5, uma vez que a média do diâmetro do fungo na presença da bactéria B5 foi de 0,63 e de 27,81 na ausência (controle), ou seja, uma inibição de 98%. Conclui-se que as bactérias promotoras de crescimento avaliadas demonstraram expressivo potencial de antagonismo frente ao fitopatógeno Cercospora. Todas as estirpes testadas apresentaram capacidade de inibição do crescimento fúngico, com destaque para a estirpe B5, que obteve 98% de inibição, evidenciando seu elevado potencial biocontrolador.Esses resultados mostram que o uso de microrganismos benéficos pode ser uma estratégia eficiente e sustentável para proteger os cafezais contra doenças, contribuindo para uma agricultura com menos uso de produtos químicos e mais respeito ao meio ambiente. É um passo importante em direção a práticas mais equilibradas e saudáveis na produção de café no Brasil. |