Resumo |
A histórica sub-representação feminina na TI, caracterizada por poucas mulheres em cargos de gerência e disparidades salariais, as exclui de oportunidades valiosas, de decisões cruciais para o futuro da sociedade, e da autonomia social e financeira. O desconhecimento e a desmotivação em relação à área tecnológica são barreiras significativas, que vão sendo construídas pouco a pouco desde a infância e que vão se fortalecendo na vida escolar. Este projeto é um dos integrantes de um programa de extensão mais amplo, implantado no campus UFV-Florestal, em 2017, com o objetivo de desmistificar as áreas da informática e computação para meninas de 8 a 18 anos. Em consonância com o ODS4 ("Educação de qualidade") e o ODS5 ("Igualdade de gênero") da Agenda de 2024 da ONU, as ações do projeto fomentam a participação de meninas do ensino fundamental, médio e técnico de Florestal e região em competições de empreendedorismo e tecnologia como a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e a Technovation Girls (TG). São formados grupos de treinamentos liderados por professoras, bolsistas e voluntárias da universidade, que preparam as meninas através de encontros semanais focados em identificação de problemas, elaboração de planos de negócio, construção de aplicativos móveis e apresentação de ideias, além de atividades de socialização para desenvolvimento de soft skills. Essa metodologia visa estabelecer vínculos com as estudantes da educação básica e despertar o interesse na carreira de TI, estimulando o espírito empreendedor, a criatividade e a capacidade de resolver problemas do mundo real. Os resultados alcançados demonstram o impacto progressivo do programa: em 2018, houve a primeira participação na TG com 2 equipes; em 2020-2021, mesmo com a pandemia e o formato virtual, 2 equipes submeteram projetos à TG, com uma delas classificando-se entre as 15 semifinalistas brasileiras; em 2021-2022, outra equipe alcançou a semifinal da TG, ficando entre as 10 melhores do Brasil. A partir de 2023, o público-alvo expandiu-se para incluir alunas do Ensino Fundamental II e de Institutos Federais de Minas Gerais, totalizando aproximadamente 90 participantes, tendo 22 submissões de projetos na temporada 2023-2024 da TG, com 2 equipes do IFMG de Ouro Branco classificadas para a semifinal nacional. O ano de 2023 também foi marcado pela criação de um capítulo da competição em Minas Gerais, chamado de HighSchoolMinas + Minas Coders, e em 2024 o projeto contou com 95 participantes. Em 2025, foi alcançado o marco da submissão de 25 projetos no TG, com a participação de 95 alunas matriculadas no ensino médio/técnico em escolas públicas localizadas em 5 cidades de Minas Gerais. Essa foi a participação mais expressiva do estado de Minas Gerais na competição, totalizando 20% das inscrições nacionais. O projeto se encontra em contínua expansão, com um número expressivo e crescente de participantes e submissões nas competições. |