Resumo |
A cafeicultura brasileira, apesar de seu protagonismo mundial, enfrenta desafios como a desuniformidade das floradas e a bienalidade da produção, que impactam a qualidade do café, o custo da colheita e a estabilidade da renda do produtor. Buscando minimizar esses impactos, este trabalho teve o objetivo de avaliar o efeito de um novo bioestimulante, aplicado em diferentes doses, em lavoura comercial de café (Coffea arabica) na Região do Cerrado Mineiro. O experimento foi delineado em blocos casualizados, com três tratamentos e oito repetições, sendo as parcelas compostas por uma linha de café com 12 plantas. Os tratamentos consistiram das doses 0, 0,2 e 0,4 L/ha do bioestimulante (produto codificado). Foram quatro aplicações com intervalos de 21 dias entre elas, iniciando-se em abril de 2022, coincidindo com o período de diferenciação floral das gemas. Nessa ocasião, a lavoura do cultivar Catuaí Amarelo IAC 62 estava com 2,5 anos de idade, próxima à colheita da sua primeira safra. Para as aplicações utilizou-se um turbo-atomizador, com volume de calda de 400 L/ha. A produtividade de cada safra (2022, 2023 e 2024, e do triênio) foi avaliada, assim como a intensidade e datas das floradas. Avaliou-se, ainda, o pegamento de frutos e a fez-se a classificação dos grãos. Não houve efeito dos tratamentos em nenhuma das variáveis avaliadas (teste F, p>0,05). Em 2022 e 2023 ocorreram três eventos de floradas, e, em 2024, apenas dois, de mesma intensidade e nas mesmas datas (naquele ano) entre os três tratamentos testados. A florada principal (aquela com maior quantidade de flores abertas), nos respectivos anos, foi de intensidade de 48%, 56% e 86%. O pegamento médio de frutos foi de 72% e 29%, respectivamente, nas safras 2022/2023 e 2023/2024. A produtividade geral média foi de 46,2, 69,9 e 24,5 sc/ha nas safras, 2022, 2023 e 2024, respectivamente. Na média do triênio, a produtividade geral foi de 46,8 sc/ha. A bienalidade foi de 35,6, 32,3 e 35,7 sc/ha, respectivamente, nos tratamentos de 0, 0,2 e 0,4 L/ha, sem diferença significativa entre eles (p>0,05). Concluiu-se, com base nesses resultados de três safras, que o bioestimulante testado não alterou a intensidade e concentração das floradas, tampouco interferiu no padrão bienal de produção. |