Das Montanhas de Minas ao Oceano: Os Caminhos da Ciência para um Futuro Sustentável

20 a 25 de outubro de 2025

Trabalho 21184

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Bolsa BIC-Júnior
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG
Primeiro autor Karine Hermógenes Gomes da Silva
Orientador JOSE LEANDRO PETERS
Título Conceição Evaristo: uma leitura histórica sobre a literatura afro-brasileira.
Resumo No trabalho de iniciação científica em curso, temos como objetivo compreender a escrita de Conceição Evaristo como um movimento de resistência social, política e cultural por meio da leitura de duas de suas obras: Ponciá Vicêncio (2003) e Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011). Conceição Evaristo é uma escritora mineira, reconhecida por sua obra voltada à valorização da cultura negra e à denúncia das desigualdades sociais. Iniciou sua trajetória literária nos anos 1990 na série Cadernos Negros. Publicou romances e contos premiados, como Ponciá Vicêncio e Olhos D’água. Em 2024, tornou-se membro da Academia Mineira de Letras. A pesquisa tem como referencial teórico-metodológico os estudos de Eduardo Assis Duarte (2011), que conceituam a literatura afro-brasileira como uma parte fragmentada da literatura brasileira, caracterizada principalmente por ser escrita por pessoas negras, mas que não tem, necessariamente um engajamento social, político ou de viés racial. Nos ancoramos também na tradição da História Cultural por meio da obra do historiador inglês Peter Burke (1993), o qual defende que toda escrita é fruto da expressão de sujeitos históricos, carregadas de sentido e intencionalidades de seus autores. Logo, compreendemos as obras de Evaristo como as nossas principais fontes históricas. Iniciamos a pesquisa em abril de 2025, com a leitura e análise de Ponciá Vicêncio. O livro conta a história de Ponciá Vicêncio, seu caminho, suas decisões e suas marcas. Conceição reforça, em sua escrita, a importância da ancestralidade e da família na vida de Ponciá em diversos momentos, como o processo de lidar e aceitar a perda de alguns de seus entes e entender sua forte ligação com um deles, seu avô. Evaristo destaca como a personagem tenta a todo tempo ligar os pontos do seu passado (e da sua família) com o seu presente. Ponciá procura se conhecer através dessa ponte de lembranças. Em meio a isso, são expostas diversas violências com diversos personagens, como a exploração do trabalho na zona rural que acaba ceifando a vida de muitos trabalhadores até hoje; a dificuldade e a necessidade de certa pessoas em fazer o êxodo rural; o analfabetismo em meio a uma população majoritariamente preta e marcada pela mácula da escravidão; a violência doméstica; a invisibilidade das mulheres pretas na cidade e as suas lutas pela sobrevivência. O romance destaca principalmente as dificuldades para a constituição de uma identidade negra no Brasil, ao descrever a trajetória de autodescoberta da protagonista e as dificuldades que ela se depara para se compreender como merecedora de algo, até do próprio nome. O trabalho encontra-se na sua fase inicial, mas já é possível perceber toda a potencialidade de uma análise histórica das duas obras de Conceição Evaristo que serão estudadas ao longo dos 12 meses de desenvolvimento da pesquisa.
Palavras-chave Literatura afro-brasileira, Conceição Evaristo, Resistência.
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