Resumo |
Este trabalho apresenta os resultados de duas intervenções de educação em saúde realizadas sob o escopo do Programa Saúde na Escola (PSE) em Florestal-MG. As ações foram desenhadas para diferentes níveis de ensino, adaptando metodologias para maximizar o engajamento e a aprendizagem. A primeira intervenção, focada em "Saúde Única" (One Health), foi direcionada a alunos do 3º ano do Ensino Médio. O objetivo foi conscientizá-los sobre a intrínseca conexão entre a saúde humana, a saúde animal e o equilíbrio ambiental, abordando temas complexos como zoonoses, resistência antimicrobiana e segurança alimentar. Para isso, foram empregadas metodologias ativas, como aulas expositivas dialogadas, brainstorming e análise de notícias, buscando estimular a reflexão crítica sobre o impacto das ações humanas e o papel de cada indivíduo na promoção da saúde integral. A segunda iniciativa, intitulada "Dengue Não Tem Vez!", foi implementada com estudantes de 6 a 11 anos do Ensino Fundamental na Escola Municipal Dercy Alves Ribeiro. A abordagem lúdico-participativa integrou teatro interativo, contação de histórias, jogos e uma oficina científica para ensinar sobre o ciclo de vida do Aedes aegypti e as medidas de prevenção da dengue. A avaliação do impacto da ação foi realizada por meio de questionários diagnósticos e finais. Os resultados demonstraram uma melhora expressiva no conhecimento dos estudantes. O percentual de acerto na identificação do mosquito vetor subiu de 65% para 100% após as atividades. Além disso, 89% dos alunos passaram a identificar corretamente as práticas preventivas. A alta aceitação da metodologia foi evidenciada pela avaliação positiva das oficinas por 93% dos participantes e pela autoavaliação de aprendizado, na qual 87% afirmaram ter aprendido "bastante" ou "muito". As duas experiências, embora distintas em público e tema, convergem ao utilizar metodologias ativas que colocam o estudante como protagonista do seu aprendizado, conforme preconizado por Freire (2011). Os resultados validam a eficácia de estratégias contextualizadas e participativas na educação em saúde, demonstrando que a adaptação da linguagem — crítica para o Ensino Médio e lúdica para o Fundamental — é crucial para o sucesso. As intervenções reforçam o potencial da escola como espaço de formação de cidadãos conscientes e multiplicadores de práticas saudáveis. |