Resumo |
A espécie Vellozia tubiflora e outras da família Velloziaceae destacam-se pela capacidade de adaptação a ambientes como o campo rupestre, caracterizados por longas estações secas e alta radiação solar. Todavia, informações sobre técnicas que possam otimizar a germinação dessas espécies ainda são escassas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do hidropriming e de diferentes temperaturas sobre a germinação de V. tubiflora. Para isso, as sementes foram coletadas de pelo menos 10 indivíduos, desinfestadas em hipoclorito de sódio (2,5%) e 3 gotas de detergente por 15 minutos, enxaguadas 3 vezes com água deionizada e secas superficialmente com papel toalha. Para o hidropriming, as sementes foram pesadas, colocadas para embeber em água deionizada por 36 horas e em seguida foram secadas em uma única camada sobre uma folha de papel germitest em caixas transparentes (gerbox) contendo sílica gel ativada por 4h em temperatura ambiente. Após o hidropriming as sementes foram semeadas em placas de Petri, contendo duas folhas de papel germitest, previamente esterilizados, e umedecidas 2,5 vezes a massa seca dos papéis com água deionizada. O controle foi determinado por sementes que não passaram pelo hidropriming. Em seguida, as placas foram colocadas em câmaras de germinação sob temperaturas alternadas de 25/25, 32/25 e 37/25 °C e fotoperíodo de 12 horas de luz branca (40 µmol fótons m-2 s-1). A germinação foi avaliada diariamente por 10 dias, através de lupa estereoscópica, e o critério utilizado foi a protrusão da radícula (>2mm). Foram avaliadas a porcentagem de germinação final (%G), o índice de velocidade de germinação (IVG) e o tempo necessário para as sementes atingirem 50% de germinação (T50). Foram utilizadas 20 sementes e 5 repetições por cada tratamento. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 3, sendo 2 pré-tratamento das sementes (com e sem hidropriming) e 3 regimes de temperaturas (25, 32/25 e 37/25 °C). Houve efeito significativo (p<0,05) dos fatores isolados sobre todas as variáveis analisadas. Observou-se que a %G nas temperaturas de 32/25 e 37/25 °C foram de 88 e 89%, respectivamente, ambas diferiram de maneira significativa da temperatura de 25°C. O hidropriming aumentou em aproximadamente 13% a %G, quando comparadas com sementes sem hidopriming. Para o IVG, as temperaturas de 32/25 e 37/25°C apresentaram valores significativamente maiores em relação a 25°C, com acréscimos médios de 1,5 e 1,3, respectivamente. O hidropriming também elevou o IVG, aumentando de 2,95 para 3,55. As temperaturas de 32/25 e 37/25°C reduziram significativamente o T50 em relação a 25°C, com diminuição média de 1,5 dia. O hidropriming também reduziu o T50, passando de 5,1 para 4,5 dias. Assim, tanto o hidropriming quanto as temperaturas alternadas de 32/25 e 37/25 °C favoreceram positivamente os parâmetros germinativos de V. tubiflora, contribuindo com informações para estratégias de conservação da espécie. |