Resumo |
Este trabalho investigou as reflexões e percepções de alunos do 9º ano, do Ensino Fundamental II - Anos Finais, sobre o processo avaliativo e de sua influência nas escolhas e perspectivas de vida de alunos que irão ingressar no ensino médio. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, utilizando levantamento bibliográfico, entrevista semiestruturada e análise textual discursiva. Os resultados evidenciaram que, para muitos estudantes, as avaliações sistêmicas são vistas como distantes de suas realidades e pouco relevantes, gerando sentimentos de frustração e desinteresse. Muitos relataram que essas provas não refletem o que é trabalhado em sala de aula e que faltam explicações claras sobre seus objetivos e impactos. Ainda assim, alguns reconhecem o potencial dessas avaliações para identificar fragilidades no aprendizado, desde que sejam contextualizadas e valorizadas pela escola e pelos professores. Outro ponto de destaque foi a relação professor-aluno, apontada como um fator central na motivação dos estudantes e na construção de seus projetos de vida. Professores empáticos e abertos ao diálogo foram reconhecidos como inspirações e mediadores essenciais na formação ética, acadêmica e emocional dos jovens. A escola, nesse sentido, é vista não apenas como um espaço de ensino, mas como um lugar de convivência, identidade e apoio à construção de sonhos e escolhas profissionais. As entrevistas revelaram uma diversidade de expectativas: desde o desejo de seguir profissões como arquitetura, engenharia e docência, até inquietações sobre os desafios que o ensino médio pode trazer. A maioria dos estudantes demonstrou clareza em relação à importância da educação para alcançar seus objetivos, embora tenham apontado a necessidade de um maior alinhamento entre o currículo escolar e suas realidades sociais e culturais. Conclui-se que a aproximação entre juventude e escola requer práticas avaliativas mais significativas, relações pedagógicas mais humanizadas e políticas educacionais que considerem os contextos e particularidades dos jovens. A educação, nesse sentido, deve ser compreendida como processo contínuo de diálogo, construção e transformação social, capaz de fomentar sujeitos críticos, autônomos e protagonistas de seu futuro. |