Resumo |
Anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos e desperdiçados, gerando impactos ambientais e prejuízos econômicos (FAO, 2013). O combate à fome pode ser feito com a reversão do desperdício alimentar no mundo, sendo a conscientização o instrumento capaz de influenciar planejamento alimentar, compra e consumo. Neste âmbito, o projeto tem como objetivos: a promoção da conscientização de crianças e funcionários da escola Dercy Alves Ribeiro, no município de Florestal, sobre a importância de evitar o desperdício alimentar e o impacto deste na construção de uma sociedade sustentável, reduzir o desperdício alimentar e avaliar o impacto econômico gerado pelo mesmo. As escolas caracterizam-se como local adequado para abordagem do assunto, pois são instituições de caráter social e educativo que visam à formação e o desenvolvimento infantil. Primeiramente, realizou-se a coleta de informações sobre a escola, que atende atualmente 490 crianças, com idade entre 6 e 12 anos, cursando o ensino fundamental I. Posteriormente, quantificou-se o desperdício alimentar, conforme Pikelaizen e Spinelli (2013), pesando-se os restos e sobras dos lanches da manhã e tarde durante cinco dias não consecutivos. O índice de resto (IR) é um indicativo de desperdício, definido como a relação entre o resto devolvido pelo comensal e a quantidade do alimento distribuído, já às sobras limpas resultam de quando o alimento é produzido, porém, não é distribuído. Logo, os percentuais de IR e sobras foram determinados de acordo com Abreu et al. (2012), com auxílio do software Microsoft Excel®, empregado também na avaliação do impacto econômico, por conversão das quantidades de restos e sobras, em quilos, para valor monetário dos ingredientes de preparo. Em seguida, realizou-se a etapa de conscientização por meio de vídeos, teatros, cartazes, jogos e palestras. O percentual de sobras apresentou médias de 10,92% e 4,14%, para o turno da manhã e da tarde, respectivamente e, desvio padrão de 7,13%. Enquanto o IR exibiu médias 9,12% e 4,12% para os turnos da manhã e da tarde, respectivamente, e desvio padrão de 2,01% e 2,47%. Esses valores são superiores ao preconizado como índice adequado para indicar aceitabilidade da refeição, que, segundo Vaz (2006), é de até 3%, significando: preparações incompatíveis com o hábito alimentar das crianças, falha na determinação do número de refeições e da quantidade per capita e falhas no porcionamento na hora da distribuição. Por fim, este desperdício contabilizado equivale a R$ 151,97, dinheiro que poderia ser economizado e/ou aplicado em outra finalidade. Assim, a redução o desperdício alimentar na instituição se dará por meio da mudança de hábito e perspectiva dos envolvidos, mostrando-os a responsabilidade e o potencial transformador que desempenham na busca pelo desenvolvimento sustentável, pois uma vez que o alimento não é consumido, todos os recursos usados na sua produção, armazenamento, distribuição e preparo também são perdidos. |