Resumo |
A maioria das mudanças nos sistemas de uso da terra nas regiões tropicais está relacionada ao desmatamento e ao uso inadequado dos solos agrícolas, com mudanças nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, o que tem levado aos problemas um processo crescente de degradação destes solos. Parte-se da hipótese de que o uso de leguminosas na recuperação de áreas degradadas é uma técnica com aplicação em diversos ambientes e objetiva criar condições para acelerar o processo de recuperação natural do ecossistema. A tecnologia pode ser usada em reflorestamento, recuperação de pastagens, estabilização de voçorocas e encostas degradadas, desenvolvimento de sistemas agroflorestais e recuperação de áreas degradadas por mineração. Na recuperação desses ambientes degradados é desejável a introdução de espécies com altas taxas de crescimento e sobrevivência que permitam promover o rápido recobrimento do solo, alta produção de matéria orgânica e proteção do solo contra erosão, propiciando o restabelecimento de outras espécies vegetais durante o processo sucessional. A leguminosa nativa do cerrado Cratylia argentea apresenta as qualidades citadas acima, tornando-a como uma boa opção na recuperação de solos degradados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a fertilidade do solo cultivado com C. argentea. Para isso foram amostradas duas áreas: uma que está sob o cultivo de C. argentea já estabelecido há mais de cinco anos e uma outra área adjacente que não está sob cultivo da mesma. Em cada uma dessas áreas selecionadas foram coletadas vinte amostras simples de 0-20 e 20-40 cm que compuseram uma amostra composta de solo. A partir dessas amostras obteve-se a terra fina seca ao ar para as análises de fertilidade do solo que foram realizadas em triplicatas e seguindo as recomendações da Embrapa Solos. O fracionamento da matéria orgânica foi realizado segundo metodologia da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas. Os resultados foram submetidos à análise de variância e ao teste F com 5% de significância. As análises realizadas mostraram que na camada de 0-20 cm o cultivo da C. argentea aumentou o pH, o teor de potássio, cálcio, nitrogênio e o estoque de carbono. Consequentemente, houve um aumento da soma de bases e saturação por bases, além de uma redução na acidez ativa e acidez trocável. Na camada de 20-40 cm o cultivo da C. argentea aumentou o pH do solo e teor magnésio, consequentemente houve uma redução da acidez ativa e um aumento da soma de bases e da saturação por bases. Com base nesses resultados, podem-se concluir que a área cultivada com C. argentea apresentou melhorias fertilidade do solo, tanto na camada superficial como subsuperficial. |