Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12851

Instituição Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Sociais Aplicadas
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Maria dos Santos Pereira
Orientador ADRIANA VENTOLA MARRA
Outros membros Débora Dias Resende, SAMARA DE MENEZES LARA
Título DO PRAZER AO SOFRIMENTO NO TRABALHO: O Discurso das Trabalhadoras Rurais
Resumo O trabalho pode apresentar variados significados, sendo percebido como carreira, emprego ou vocação. fazendo parte da construção social dos indivíduos (DEJOURS, 1992). Para os trabalhadores rurais de granjas de frango muitos adoecem devido a seu trabalho (CAMPOS, 2016). Diante do contexto, tem-se o problema de pesquisa: Como as trabalhadoras rurais ensacadeiras percebem o prazer e o sofrimento em seu trabalho? O objetivo geral foi identificar e analisar as percepções de prazer e sofrimento no trabalho das ensacadeiras que atuam em uma granja de frango em Pará de Minas/MG. A vivência do prazer no trabalho se dá quando o sujeito desenvolve trabalho significativo e relevante. Quando o reconhecimento não acontece, têm-se o sofrimento (DEJOURS, 1992; MENDES, 2007). Realizou-se pesquisa qualitativa descritiva. Foram realizadas 16 entrevistas semiestruturadas. A seleção das participantes da pesquisa se deu a partir da técnica bola de neve e a quantidade de entrevistas delineada a partir da saturação dos dados (CRESWELL, 2007). O corpus de pesquisa foi analisado pela análise do discurso (AD) de corrente francesa. Como resultados tem-se que as vivências de sofrimento das entrevistadas advêm de se encontrarem imersas em um ambiente de trabalho que apresenta normas que limitam sua autonomia, onde há controles e ritmos acelerados de trabalho e ambiente desfavorável a comunicação e interação profissional. Já as vivenciam de prazer ocorrem por meio do horário de trabalho, empoderamento, autonomia financeira e reconhecimento como mulheres “fortes” se comparadas aos homens. Contudo, o reconhecimento do trabalhos pela organização em suas dimensões de constatação e gratidão não é percebido pelas entrevistadas. O trabalho rural apresenta condições de trabalho precárias e grandes cargas de trabalho, muito das vezes inerentes à própria atividade. Percebeu-se que o prazer proporcionado pelo trabalho de ensacação é mínimo, se contraposto com os sofrimentos causados pela atividade. Constatou-se ainda que, devido à pesada carga de trabalho e as más condições de trabalho que conduzem às posturas inadequadas, muitas trabalhadoras tem a sua saúde física agredida, apresentando em sua maioria, danos físicos e doenças osso musculares. Ademais, valem-se de estratégias defensivas individuais como a racionalização e a passividade para enfrentar o sofrimento oriundo do trabalho, pois, diante do ambiente hostil do trabalho da ensacação, encontra-se em erosão as estratégias de defesa coletiva. Acredita-se que os achados concebidos, quando compartilhados, possam contribuir não somente para com a literatura, como um respaldo teórico sobre o tema, como também para a elaboração de novas políticas de gestão do trabalho rural na cadeia de produção avícola, que procure minimizar os fatores causadores de sofrimento e, enaltecer os fatores provedores de prazer, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida no trabalho e produtividade.
Palavras-chave Prazer, sofrimento, trabalhadoras rurais
Apresentações
  • Painel: Ginásio, 24/10/2019, de 08:00 a 20:30
  • Oral: Local e horário não definidos.
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