Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12676

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Sabrina Guimarães Faria
Orientador ADRIANA VENTOLA MARRA
Outros membros Irajane Thalía da Silva de Oliveira, Nathália Augusta de Almeida Vicente
Título “Nem tudo que reluz é ouro”: o que dizem as startups na atração de talentos
Resumo As organizações, por meio de seus gestores, articulam variados discursos para atrair talentos para seus quadros. O discurso sedutor é apresentado ao potencial candidato com palavras escolhidas com muita cautela, frases simpáticas que transpassam equilíbrio por parte da organização (SIQUEIRA, 2006). As startups também utilizam tais discursos e são, para muitos jovens, um sonho, onde se pode trabalhar com flexibilidade de horário, acesso aos grandes gestores, autonomia, perspectiva de crescimento e possibilidade de se tornar sócio (OLIVEIRA, 2017). Desta forma, este estudo tem como objetivo analisar os discursos organizacionais publicados em sites de startups, em seus processos de recrutamento. A relevância deste estudo está na tentativa de evidenciar tais mecanismos. Em busca realizada na base de dados da SPELL, com o cruzamento do termo “startups” com “gestão de pessoas” e “recrutamento”, não foi encontrado artigo nacional publicado na área de administração. Para alcançar o objetivo realizou-se uma pesquisa qualitativa exploratória. Os dados foram coletados em sites de seis startups nacionais do ramo de tecnologia selecionadas de forma aleatória entre as dez startups brasileiras mais procuradas pelos jovens. O corpus de pesquisa foi analisado utilizando-se a análise do discurso (AD). Os resultados apontaram para seis temas mais evidenciados nos enunciados retirados da aba “trabalhe conosco” dos sites pesquisados: a voz dos colaboradores; o culto ao intraempreendedorismo, a autonomia e o aprendizado; o sentimento de união e família; o lazer e a descontração; a inovação e a revolução; e as empresas como o melhor lugar para se trabalhar. A voz dos colaboradores foi utilizada primordialmente como estratégia para dar credibilidade ao discurso organizacional. O argumento do intraempreendedorismo reforçado pela promessa de autonomia e aprendizado faz com que os candidatos se percebam como indivíduos autônomos, conscientes e responsáveis pelo seu próprio sucesso, sendo uma das principais marcas do discurso capitalista atual. O sentimento de união e família reforça a ideia do acolhimento, ou seja, a empresa se torna uma extensão do lar. O lazer e a descontração vem reforçar a ideia que é construída em oposição a imagem de empresas tradicionais como prisões, que tolhem os sujeitos de sua liberdade e criatividade. Os valores de inovação e revolução são propagados com o objetivo de institucionalizar a cultura das startups, antes mesmo do candidato ingressar na organização, ou seja, o processo de socialização se inicia no próprio recrutamento. Todos estes temas aparecem como estratégias de persuasão e sedução que torna o discurso organizacional sutil e envolvente. Concluiu-se que as startups utilizam-se de discurso romantizado, convidando os candidatos a fazerem parte de um grande encantamento lúdico. A pesquisa contribuiu em propor uma análise crítica por parte dos futuros candidatos das intenções e das possibilidades dos discursos serem postos em prática.
Palavras-chave Discurso organizacional, startups, recrutamento
Apresentações
  • Painel: Ginásio, 24/10/2019, de 08:00 a 20:30
  • Oral: Local e horário não definidos.
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