Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 12640

Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Ciências Agrárias
Setor Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Laís Álvares Fonseca
Orientador FRANCISCO DE ASSIS BRAGA
Título Floresta plantada de eucalipto: deserto verde ou refúgio de biodiversidade?
Resumo As áreas de silvicultura de eucalipto são popularmente conhecidas como “desertos verdes”. Entretanto, há relatos da regeneração natural de espécies da flora nativa no sub-bosque destas áreas, podendo constituir-se num refúgio de biodiversidade regional. Este trabalho teve por objetivo avaliar a regeneração natural arbórea sob floresta plantada de eucalipto. A pesquisa foi realizada numa área de aproximadamente 0,5 ha e com cerca de 60 anos de plantio de Corymbia citriodora (Hook.) K. D. Hill & L. A. S. Johnson, localizada no Setor de Silvicultura do Campus UFV Florestal, nas coordenadas 19o53’05.39”S e 44o25’28.15”O, e altitude de 781 metros. Realizou-se o levantamento florístico das espécies arbóreas com DAP > 5 cm presentes no sub-bosque, através de amostragem ao acaso com sete parcelas de 25 x 4 m. A suficiência amostral foi verificada pela estabilização da curva de acumulação de espécies e indivíduos. Elaborou-se estudo fitossociológico e determinou-se os grupos ecológicos e as síndromes de dispersão das espécies regenerantes. Foram identificados 109 indivíduos, de 28 espécies arbóreas, pertencentes a 12 famílias botânicas, com destaque para Fabacea e Annonaceae. A densidade estimada foi de 1.557 indivíduos ha-1, sendo considerada adequada quando acima de 1.000 indivíduos ha-1 para fins de restauração florestal. As espécies de maior importância fitossociológica (43%) foram, respectivamente: Psidium sp. (araçá); Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin (mandioqueira); Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. (folha-miúda); Astronium fraxinifolium Schott & Spreng. (gonçalo-alves); Matayba guianensis Aubl. (camboatá) e Plathymenia reticulata Benth. (vinhático); todas elas pioneiras ou secundárias iniciais. A distribuição das regenerantes nos grupos ecológicos foi de 32% pioneiras, 43% secundárias iniciais, 18% secundárias tardias e 7% climácicas, indicando que a regeneração natural se encontra na fase inicial do processo de sucessão florestal, com poucas espécies tardias. As síndromes de dispersão foram 40% anemocóricas, 57% zoocóricas e 3% autocóricas, atestando que o eucalipto atua como atrativo de fauna, provavelmente como poleiro para avifauna. Observou-se um decréscimo na anemocoria entre espécies tardias, enquanto a zoocoria esteve presente em todos os grupos ecológicos. A dominância da zoocoria é típica de árvores e florestas tropicais, desempenhando papel fundamental na reintrodução da biodiversidade nas áreas em processo de restauração florestal. A presença expressiva de espécies dispersas pelo vento deve-se à proximidade de fragmento preservado de Floresta Estacional Semidecidual. Os resultados demonstram o potencial de as florestas plantadas de eucalipto atuarem como facilitadoras do processo de regeneração natural, através da estruturação do dossel e criação do habitat florestal, podendo, portanto, serem utilizadas na fase inicial de programas visando à recuperação de áreas degradadas ou à restauração florestal.
Palavras-chave Regeneração natural, restauração florestal, levantamento florístico
Apresentações
  • Painel: Ginásio, 24/10/2019, de 08:00 a 20:30
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