Resumo |
A suinocultura é uma das atividades agroindustriais mais poluidoras, produzindo resíduos que possuem alto potencial poluidor que necessitam de manejo adequado, como por exemplo o elevado número de dejetos. Uma das alternativas para conter este problema é o uso da metodologia de biodigestão anaeróbia para a remoção de altas concentrações de matéria orgânica oriundos de diversos tipos de resíduos. A tecnologia é atrativa visto que, em condições adequadas de funcionamento produz benefícios ambientais. Estas são algumas limitações nos processos aeróbios, que somados ao tempo de residência às condições de mistura e aos tipos de matérias-primas utilizadas, irão influenciar na produção do biogás. Com base neste panorama, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver e operar biodigestores escala laboratorial (bancada) com mecanismos de controle de temperatura comparando-os a um reator padrão operado em condições ambientes a fim de avaliar a eficiência na remoção de poluentes e produção de biogás a partir do efluente da suinocultura mediante integração de biomassa de origem vegetal (casca de arroz). Neste trabalho foram utilizados cinco reatores com volume total de 30 litros cada, os quais foram alimentados sob as mesmas condições (70 % do volume total). O experimento foi conduzido por 30 dias conforme o planejamento fatorial 2k, com dois tratamentos (temperatura e mistura) e dois fatores cada um. Os fatores para temperatura foram: 35-40°C e 50°C e os fatores para mistura correspondem à presença ou ausência. A eficiência e a estabilidade do processo foram avaliadas mediante a comparação entre o efluente de entrada e de saída da redução de sólidos totais, sólidos voláteis, sólidos fixos, o monitoramento do pH, a relação alcalinidade intermediária e parcial (AI/AP), a quantidade de carbono total e nitrogênio além dos potenciais de produção do biogás (metano). Devido à diferença de temperatura no mês de maio os resultados do reator padrão foram desconsiderados pois a carga microbiana no interior do reator morreu, mostrando que o controle da temperatura é importante. O reator de 35ºC apresentou melhores resultados para a avaliação de eficiência (75%), seguida por 35R (70,5%), 50 (67%) e 50R (59,8%) em 28 dias de residência. Considerando os primeiros 14 dias de residência, tem-se outro cenário, os reatores de 35R (74,2%), 50 (63,3%) e 50R (50,1%) já haviam consumido considerável quantidade de matéria orgânica. Tendo em vista essa informação o reator 35R apresentou resultados mais promissores, pois consegui degradar muito bem a matéria orgânica no primeiro momento (14 dias), o que o torna uma excelente alternativa de tratamento. A medição do biogás não foi possível, provavelmente devido a vazamento nos reatores. A quantidade de carbono no sistema não foi suficiente para o efluente ter uma boa relação C/N, sugere-se então em outra repetição a adição de mais carbono. |