ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Cidadania, inclusão social e direitos humanos |
Setor | Instituto de Ciências Humanas e Sociais |
Bolsa | CNPq |
Conclusão de bolsa | Sim |
Apoio financeiro | CNPq |
Primeiro autor | Leonardo Dias Crozeta |
Orientador | ALEXANDRE SANTOS PINHEIRO |
Título | Retratos do Lixo: Um Estudo Etnográfico para Análises Sobre Relações de Poder em Uuma Associação de Triadores de Lixo |
Resumo | É inegável o imaginário social em relação ao lixo, implicado por representações sociais no sentido de estigmatização social, que colocaria o sujeito trabalhador às margens do meio social. Por meio de uma abordagem etnográfica e fotoetnográfica na Associação de Tratadores de Lixo de Florestal/MG, esta pesquisa buscou respostas à questões no sentido de: que forças, implicariam sujeitos a erguerem seu cotidiano em torno de um símbolo socialmente escuso, tal como o lixo? Como o sujeito compreende a si mesmo, enquanto ser social e sujeito individual, como habitante de um cotidiano – no caso o do lixo – socialmente estigmatizado e, pois, posto à margem dos parâmetros sociais? Buscamos investigar construções de visões de mundo, usos de espaços, trajetórias sociais, práticas cotidianas, estratégias, táticas e experiências que realizam os sujeitos e os posicionam enquanto sujeito no mundo. Descrevemos através da metodologia adotada, o processo de tratamento do lixo, da chegada até a destinação final, passando pelo ensacamento, separação do lixo seco do úmido, a banca de trabalho, as funções desempenhadas pelos tratadores, a relação entre os sujeitos da associação como os acontecimentos não relacionados ao cotidiano de trabalho, como o alcoolismo, e as relações fora da Associação. Dentro das análises feitas, capturamos argumentos utilizados para justificar o trabalho nesse ambiente marginalizado, como a falta de oportunidade de emprego (reclamavam que a cidade não ofertava outras formas de trabalho), o pouco estudo e até mesmo os problemas sociais, tal quais o alcoolismo e o vício em drogas, e o trabalho com o lixo como empecilho para conseguirem melhores oportunidades. A limpeza da cidade constituía uma super importância na construção do imaginário, relacionado com a função social que elas desempenham, usando o argumento de que se não fossem elas, a cidade não seria bonita. A limpeza do ambiente de trabalho tinha importância fundamental dentro do cotidiano estudado, todos os dias, antes do fechamento da associação o pátio era varrido. Conseguir tratar todo o lixo e limpar o ambiente de trabalho (deixar a banca vazia) permitia o simbolismo de “vencer a vida”, fazendo da limpeza um totem da vitória. A falta de rigidez, posições hierárquicas e desempenho eram justificativas para continuar na organização, existindo uma dissonância entre produtividade e flexibilidade. Mesmo havendo argumentos significativos da construção do imaginário ligando “futuro melhor” a uma estrutura melhor, o significado estava muito mais profundo do que isso, tratava-se de manter uma realidade em que o eu se refugiava dos processos de marginalização e estigmatização. Por meio do imaginário, o “eu” de cada uma das associadas recriava os objetos da realidade, transformando-os em elementos carregados de significados necessários para a realidade subjetivamente demandada. Daí habitavam uma realidade minimamente habitável, que significava ser pelo menos alguém do que se desejava ser. |
Palavras-chave | Etnografia, Cotidiano, Imaginário |
Forma de apresentação..... | Painel, Oral |