Resumo |
O atual estado das pastagens brasileiras é um problema preocupante, devido ao elevado processo de degradação do solo. Por outro lado, a economia do país tem como base a agropecuária e, dentre as atividades mais importantes do setor, estão as criações, que demandam a produção de forragem em qualidade e quantidade necessárias. O presente trabalho partiu da hipótese que mudas de capim elefante podem ser estimuladas por substâncias húmicas isoladas de compostos orgânicos de estercos de equídeos, podendo melhorar o processo de implantação de capineiras, com um insumo de natureza reciclável e ecológica. Para testá-la, a presente pesquisa objetivou avaliar a produtividade de capim elefante em resposta à aplicação de bioestimulantes isolados de compostagem de esterco de equídeos. O material propagativo na forma de toletes com uma gema, foi tratado por imersão por duas horas em soluções de ácidos húmicos com concentrações crescentes e, em seguida, inseridas em bandejas com areia para a sua brotação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. A unidade experimental foi uma bandeja plástica de 50 x 33 x 8 cm de comprimento, largura e profundidade, respectivamente, preenchida com areia lavada, na qual foram inseridos dez toletes contendo uma gema. Foram montadas, portanto, 12 bandejas ou parcelas (quatro tratamentos, constituídos pelas concentrações de ácidos húmicos iguais a 0, 10, 20 e 40 mmol/L de C x três repetições). Depois de 20 dias, foram coletadas e medidas as massas de matéria fresca e seca das raízes e da parte área das brotações dos toletes. De posse dos dados das biomassas, fresca e seca, das raízes e da parte aérea, foram estimadas as biomassas totais produzidas e, também, as relações percentuais entre a produtividade de raízes e de parte aérea. Aproximadamente 95 % das gemas dos toletes de capim elefante brotaram, de forma análoga entre os tratamentos, ou seja, não sendo a taxa de brotação afetada pela aplicação de ácidos húmicos. Já a matéria fresca das raízes e da parte aérea respondeu positivamente aos tratamentos, com diminuição da biomassa seca nesses mesmos compartimentos, indicando que os ácidos húmicos induziram os toletes a mobilizarem as suas reservas energéticas e nutricionais para emitirem as brotações. A concentração de ácidos húmicos que maximizou as brotações foi a de 20 mmol/L de C. Os resultados confirmaram a hipótese de que as substâncias húmicas são bioestimulantes e permitiram concluir que podem ser utilizadas, na concentração indicada, para indução de mudas pré-brotadas de capim elefante, possibilitando melhorar o processo de plantio dessa forragem, uma etapa básica e fundamental na agropecuária. |