Resumo |
A produção agropecuária brasileira é base do PIB e responsável pela geração de grande quantidade de empregos diretos e indiretos, além da produção crescente de alimentos para atender às necessidades da população também em crescimento. As pastagens demandam continuamente de evolução tecnológica para alimentar os rebanhos, pois um grave problema brasileiro são as áreas com pastagens degradadas. Adicionalmente aos experimentos com genética, manejo e tratos culturais, entre outros, a linha de trabalho com as frações bioativas da matéria orgânica, conhecidas como ácidos húmicos vem ganhando destaque e várias empresas já inserem esses bioestimulantes na composição de insumos, uma vez que eles apresentam efeitos tipo hormonais, melhorando a eficiência das plantas, tornando-se também, a hipótese da presente pesquisa. Este trabalho objetivou estudar a produtividade de biomassa fresca e seca de Tifton-85 em resposta à aplicação de ácido húmico (isolado de compostos orgânicos preparados com estercos de equídeos e de bokashi) em diferentes concentrações (0, 10, 20, 30, 40, 80 mmol/L de C) aplicados após a roçada para a produção de feno. Os ácidos húmicos foram aplicados em condições de campo, em pastagens de Tifton-85 já implantadas, em uma fazenda (haras) típica do entorno da universidade. Foram estimadas as produtividades de biomassa fresca e seca, 28 dias após a aplicação, a qual foi realizada depois de um corte para fenação. O resultado final do projeto não chegou a estabelecer relação positiva entre a aplicação dos ácidos húmicos com a produtividade do Tifton-85. Diversos fatores, tais como, metodologia de aplicação, fase fenológica da planta ou características fisiológicas do cultivar, podem ser escolhidos de forma diferente das aqui propostas (sem, do ponto de vista que o trabalho partiu, poder ser inferida como menos ou mais adequada) e, portanto, ter interferido na expressão dos efeitos dos ácidos húmidos, com potencial bioestimulante já conhecido em outras culturas. Vale propor a continuidade do projeto com o uso de ácidos húmicos em fases fenológicas diferenciadas ou concentrações em escala mais fracionada, a fim de se obter resultados que confirmem a incompatibilidade entre si ou os resultados positivos desejáveis já apresentados por outras plantas. Se confirmado seu potencial em outros ensaios, o uso de ácidos húmicos poderá resultar em impacto positivo para a produção de forragem no Estado de Minas Gerais, pois permitirá aos produtores planejarem seu manejo com base em redução dos insumos produzidos a partir de recursos naturais não renováveis e, ainda, vislumbrarem mercados de produção orgânica. Posteriormente, as informações e produtos gerados poderão ser calibrados para outras espécies vegetais de interesse comercial. |